Um estudo conduzido pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), cujos resultados foram divulgados nesta segunda-feira (20), revela que quase metade das cidades brasileiras declara não estar preparada para lidar com eventos climáticos extremos. Esse número corresponde a 43% dos municípios do país, dos quais 2.299 apontam a falta de recursos financeiros como o principal obstáculo.
A pesquisa, que contou com a participação de 3.590 municípios, analisou os impactos dos desastres ocorridos nos últimos 11 anos e foi apresentada em uma entrevista coletiva pelo presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
Ziulkoski enfatizou o papel dos prefeitos e destacou que, embora a preparação para enfrentar os efeitos climáticos seja uma necessidade universal, a responsabilidade recai sobre os municípios. Ele observou uma tendência histórica de “muitas promessas e pouca execução” por parte do governo federal, enquanto elogiava o trabalho dos prefeitos diante das adversidades, particularmente em referência à tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul.
De acordo com o presidente, 2.474 municípios não receberam assistência financeira nem da União nem dos estados para apoiar medidas preventivas contra eventos climáticos extremos, como secas, inundações, alagamentos e deslizamentos de terra, conforme revelado pelo levantamento.
Ziulkoski também adiantou que a Confederação lançará duas ferramentas para fortalecer a capacidade de enfrentamento de desastres climáticos, as quais serão oficialmente apresentadas nesta terça-feira (21).